domingo, 1 de julho de 2012

Pé na porta e soco na cara

Com uma das músicas de Justin Timberlake "What goes around, comes around"   como slogan para uma das novas séries (ano 2011) da ABC, Revenge (vingança, em português) apresenta-se com o que seria o primeiro dos seus clichês. 
O que parece o filho bastardo de Gossip Girl e  a finada Desperate Housewives não despertou nenhum tesão de ser acompanhada desde o princípio. Pessoalmente adiei até as últimas instâncias passar o olho pela sua primeiríssima temporada. As chamadas da Sony, canal onde é exibida aqui no Brasil, mostravam uma série de intrigas entre mulheres de meia idade que fazem uso excessivo de botox. Nenhum apelo comercial diferenciado do que já existe por aí. O fato é que a Sony não fez justiça a Revenge. 
Inspirada em “O Conde de Monte Cristo”, Revenge estreou nos Estados Unidos no fim de setembro do ano passado, conseguindo manter pontuais 8.5 milhões de telespectadores, em média. A série conta a história de Amanda Clarke, filha de um terrorista condenado por seus crimes dez anos antes do tempo da série. No entanto, Amanda descobre que tudo foi armado para que o seu pai levasse a culpa e, usando uma nova identidade 'Emily Thorne', se infiltra na alta sociedade em busca de desmascarar os culpados verdadeiros e limpar o nome do seu pai.


Já nos três primeiros episódios a série mostra para que veio e deixa sua marca nos futuros fãs sedentos. A protagonista interpretada por Emily VamCamp (que eu conheço muito bem por causa de Everwood) é uma mulher determinada e fria. Temos várias demonstrações claras de que Amanda/Emily faria qualquer coisa para conseguir o que quer; e ela o faz sem nenhuma falha. A paciência e meticulosidade de seus planos deixa o espectador quase incrédulo e, definitivamente, congelado com a frieza dos seus atos. 
O criador, Mike Kelley, usa de abusa de flashforwards como forma, eficaz, de prender a atenção do público. Os cinco primeiros minutos do primeiro capítulos só vão se desenrolar, de fato, no 17º episódio. Isso é comprometimento. Aliás, comprometimento semelhante ao que a protagonista tem com suas tramas.  
A fotografia fantástica junto com o que, a meu ver, é uma das melhores e mais eficazes trilhas sonoras para o gênero formam uma cobertura deliciosa para a verdadeira tapa na cara que é cada episódio. Genialmente, toda vez que você se pega surpreso com um desenrolar, a trama se aprofunda e se entrelaça ainda mais até prender suas respiração.
Mike Kelly e a atuação fenomenal de Emily VamCamp transformaram o que seria mais um clichê da ABC, conhecida por séries do mesmo gênero, na melhor série da temporada. Revenge foi aclamada pela crítica e pelo público, terminando sua season entre as dez melhores junto com Game of Thrones (em primeiro lugar) e a decadente Supernatural (em décimo). 
Das estreias da ABC para a temporada Revenge e Once upon a Time são as únicas que se salvam; enquanto o bom humor de Suburgatory já foi cancelado.


A segunda temporada da série deve estrear no fim de setembro.