Com uma das músicas de Justin Timberlake "What goes around, comes around" como slogan para uma das novas séries (ano 2011) da ABC, Revenge (vingança, em português) apresenta-se com o que seria o primeiro dos seus clichês.
O que parece o filho bastardo de Gossip Girl e a finada Desperate Housewives não despertou nenhum tesão de ser acompanhada desde o princípio. Pessoalmente adiei até as últimas instâncias passar o olho pela sua primeiríssima temporada. As chamadas da Sony, canal onde é exibida aqui no Brasil, mostravam uma série de intrigas entre mulheres de meia idade que fazem uso excessivo de botox. Nenhum apelo comercial diferenciado do que já existe por aí. O fato é que a Sony não fez justiça a Revenge.
Inspirada em “O Conde de Monte Cristo”, Revenge estreou nos Estados Unidos no fim de setembro do ano passado, conseguindo manter pontuais 8.5 milhões de telespectadores, em média. A série conta a história de Amanda Clarke, filha de um terrorista condenado por seus crimes dez anos antes do tempo da série. No entanto, Amanda descobre que tudo foi armado para que o seu pai levasse a culpa e, usando uma nova identidade 'Emily Thorne', se infiltra na alta sociedade em busca de desmascarar os culpados verdadeiros e limpar o nome do seu pai.
Já nos três primeiros episódios a série mostra para que veio e deixa sua marca nos futuros fãs sedentos. A protagonista interpretada por Emily VamCamp (que eu conheço muito bem por causa de Everwood) é uma mulher determinada e fria. Temos várias demonstrações claras de que Amanda/Emily faria qualquer coisa para conseguir o que quer; e ela o faz sem nenhuma falha. A paciência e meticulosidade de seus planos deixa o espectador quase incrédulo e, definitivamente, congelado com a frieza dos seus atos.
O criador, Mike Kelley, usa de abusa de flashforwards como forma, eficaz, de prender a atenção do público. Os cinco primeiros minutos do primeiro capítulos só vão se desenrolar, de fato, no 17º episódio. Isso é comprometimento. Aliás, comprometimento semelhante ao que a protagonista tem com suas tramas.
A fotografia fantástica junto com o que, a meu ver, é uma das melhores e mais eficazes trilhas sonoras para o gênero formam uma cobertura deliciosa para a verdadeira tapa na cara que é cada episódio. Genialmente, toda vez que você se pega surpreso com um desenrolar, a trama se aprofunda e se entrelaça ainda mais até prender suas respiração.
Mike Kelly e a atuação fenomenal de Emily VamCamp transformaram o que seria mais um clichê da ABC, conhecida por séries do mesmo gênero, na melhor série da temporada. Revenge foi aclamada pela crítica e pelo público, terminando sua season entre as dez melhores junto com Game of Thrones (em primeiro lugar) e a decadente Supernatural (em décimo).
Das estreias da ABC para a temporada Revenge e Once upon a Time são as únicas que se salvam; enquanto o bom humor de Suburgatory já foi cancelado.
A segunda temporada da série deve estrear no fim de setembro.